Os probióticos são microorganismos que desempenham diversas funções benéficas para a saúde intestinal do indivíduo. A principal função dos probióticos é manter um equilíbrio saudável no corpo através da modulação e suporte às bactérias benéficas da microbiota. Estudos mostram que os probióticos aumentam a imunidade inata, modulam a inflamação induzida por patógenos, promovem a produção de anticorpos, produção de vitaminas, entre outros benefícios.
Inúmeros estudos já mostraram que microbiotas intestinais que estão em estado de disbiose favorecem o aumento da massa adiposa, ao mesmo tempo que, quanto mais gordura (e inflamação) um indivíduo possui em seu organismo, mais a composição e funcionalidade das bactérias intestinais é prejudicada e adquire uma constituição não saudável. Ou seja, existe um ciclo (nada benéfico) entre o excesso de peso e a disbiose, e interromper essa dinâmica parece fundamental para a perda peso.
Espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium costumam ser as mais utilizadas (e quase sempre em conjunto) para alcançar esse fim, devido ao efeito que possuem no aumento da abundância de espécies benéficas.
B lactis Bb12, L.plantarum, L. Rhamnosus,L.curvatus, e L.gasseri são alguns exemplos de cepas com bons resultados.
Mas importante: emagrecimento depende de déficit calórico e densidade nutricional! O probiótico atua como um adjuvante que pode potencializar o processo.
Probióticos de próxima geração, o que isso significa?
Os probióticos “tradicionais” costumam ter em sua composição, principalmente, os gêneros Lactobacillus spp. e Bifidobacterium spp., estando os seus benefícios associados, principalmente à melhora do ambiente intestinal.
Indiretamente, acabam afetando positivamente o estado metabólico, mas os resultados são muito variados de pessoa para pessoa e dependem de maneira importante da cepa que está sendo utilizada.
Porém, os padrões metabólicos de doenças variam bastante de indivíduos, considerando aspectos genéticos, ambientais e de estilo de vida, e esse tipo de informação específica é primordial para utilizar o efeito promotor de saúde de comensais não convencionais de forma personalizada. E são justamente esses comensais que tem sido denominados probióticos de próxima geração.
Essa abordagem é baseada na análise do microbioma individual e nas predições das respostas daquele indivíduo a nutrientes e agentes terapêuticos específicos, permitindo a criação de estratégias para o tratamento da condição específica que atinge aquela pessoa. Alguns tipos de bactérias utilizadas nessa nova tecnologia são: Akkermansia muciniphila e, Faecalibacterium prausnitzii e outras espécies de bactérias produtoras de butirato.
O perfil das bactérias presente na nossa microbiota intestinal está intimamente relacionado ao nosso padrão alimentar. A dieta, através dos seus componentes, é capaz de modular a microbiota que por sua vez traz repercussões importantes à saúde do organismo. Uma vez que a microbiota é modulada a partir dos alimentos ingeridos, diversos mecanismos, benéficos ou não, são ativados por meio desta interação.
Sendo assim, tudo aquilo que pode influenciar no equilíbrio dos microrganismos do hospedeiro podem impactar diretamente na saúde do mesmo. Por isso, a frase “você é o que a sua microbiota come” é tão verdadeira!
O padrão alimentar ocidentalizado que tem sido adotado nos dias atuais favorece um estado inflamatório no organismo e consequentemente maior risco de doenças metabólicas.
Ao passo que, se a nossa dieta for rica em fibras, alimentos minimamente processados, compostos bioativos, fontes de gordura como ômega 3, nós conseguimos modular de forma positiva a nossa microbiota, o que nos promove mais saúde!
E aí? A sua saúde tem sido reflexo do que você dá para a sua microbiota?
Ana Júlia Abdalah – @nutri.anajuabdalah