A alimentação intuitiva é uma prática para escutarmos o nosso corpo antes de seguir um padrão de alimentação imposto. Essa prática significa se libertar do ciclo de dietas e aprender a comer conscientemente sem culpa.

O comer intuitivo é um conceito que foi elaborado por Evelyn Tribole e Elyse Resh, duas nutricionistas norte-americanas. Elas propõem que as pessoas comam usando a sua habilidade de confiar no próprio corpo, sabendo diferenciar as sensações físicas, como a da fome e as emocionais.

A alimentação intuitiva não acontece do dia pra noite, porém, apesar de não ser fácil ela traz inúmeros benefícios, tanto para nossa saúde física como mental, e várias pesquisas já comprovaram que pessoas adeptas dessa alimentação conseguem fazer escolhas nutricionais mais inteligentes. É um processo desafiador, as vezes assustador, nem sempre é fácil sair da zona de conforto das dietas, mas pessoas que aderiram a essa prática possuem mais autonomia e equilíbrio na hora de se alimentar.

Não existem regras rígidas a respeito da alimentação intuitiva, na prática a proposta é buscar ter 80% das refeições saudáveis e apenas 20% não serem tão saudáveis assim.

O comer intuitivo vai ajudar aquelas pessoas que já passaram por inúmeras dietas restritivas e se encontram desconectados do seu corpo, e não sabe mais quando está com fome ou saciada e não vive em paz com a comida.

Alimentação intuitiva se baseia em 3 pilares e 10 princípios.

3 pilares da alimentação intuitiva

– Permissão incondicional para comer

Talvez você ache que isso signifique que você pode comer o que quiser sem nenhum critério, mas não é bem assim. Quando se entende que não existem alimentos proibidos não se sente culpa ao consumir determinadas comidas, e isso faz com que os exageros acabem, e
comecem a desenvolver prazer na alimentação saudável.

– Comer para atender as necessidades fisiológicas
É normal associar a comida as nossas emoções, quando estamos tristes buscamos a comida como um conforto, quando estamos felizes queremos comida para celebrar algo. Isso se torna um problema quando acontece de forma recorrente, que seria fome emocional, por mais que a comida possa nos confortar naquele momento, ela não vai resolver nossos problemas.

– Basear-se nos sinais internos de fome e saciedade
O comer intuitivo ensina que devemos comer

quando sentimos fome fisiológica, como quando a barriga ronca, e quando sentimos que estamos saciados é o momento de parar de comer. No entanto, algumas pessoas estão tão desconectadas com seu corpo que é preciso procurar ajuda de um profissional de saúde para orienta-las.

10 princípios da alimentação intuitiva

Rejeitar a mentalidade de dieta: A mentalidade de dieta é achar que precisamos estar sempre restringindo alimentos por questões estéticas ou de saúde.

Honrar a fome: É importante respeitar os primeiros sinais de fome, alimentando o corpo.

Fazer as pazes com a comida: É importante parar de pensar nos alimentos como “bons” ou “ruins” e comer sem julgamentos.
Desafiar o policial alimentar: O policial alimentar é nossa mente avaliando se as regras alimentares estão sendo cumpridas, o que acaba gerando muita culpa ao comer.

Sentir a saciedade: Assim como o corpo avisa quando está com fome, também avisa quando está saciado. É preciso aprender a ouvir essas mensagens e comer até perceber que está saciado e confortável.

Descobrir o fator de satisfação: Quando a alimentação é prazerosa e saborosa, geralmente come-se menos até sentir- se satisfeito.
Lidar com as emoções sem usar comida: Muitas pessoas tentam usar a comida para tentar lidar com seus problemas. No

entanto, fazer uma caminhada, praticar um esporte ou ligar para um amigo pode ser mais eficiente e gerar menos sofrimento;
Respeitar seu corpo: Trabalhar a aceitação e o reconhecimento de que o corpo nos permite experimentar muitas coisas são atitudes mais adequadas do que criticá-lo pela sua aparência;

Exercitar-se sentindo a diferença: Encontrar formas prazerosas de colocar o corpo em movimento, tirando o foco da perda de peso;
Honrar a saúde: É o estilo de vida que molda a saúde. Uma refeição ou determinado alimento não será responsável por tornar alguém menos saudável.

Você pode ter uma alimentação saudável, e não ser saudável. Saúde não é só alimentação, também é sono, mentalidade, ânimo.
E o que é alimentação saudável?

Sempre surge aquele alimento considerado perfeito, que vai reduzir colesterol, glicose. Mas a gente não tem a capacidade de resolver um problema com um alimento só. Quando falamos de saúde, o importante é baseamos nossas refeições em ingredientes in natura e minimamente processados.

Mas o que é um alimento minimamente processado? Qual a diferença para o in natura? No Guia Alimentar da População Brasileira, é possível encontrar essa classificação por nível de processamento.

In natura: são aqueles alimentos que vem da natureza, não passam por nenhum processamento. Exemplo: abacaxi com a coroa e casca.

Minimamente processado: passam por um leve processo, geralmente físico, como ser embalado pra ser servido. Ex: abacaxi já cortado, fatiado, sem coroa e casca; arroz, grão de bico, feijão.

Ultraprocessado: na sua composição, existem aditivos para conservação do produto. Exemplo: suco instantâneo sabor abacaxi e embutidos.
Por isso sempre tente optar pelo mais natural possível, e se possível procure um profissional capacitado para lhe ajudar nesse processo.


Escrito Por:  Vanessa Antunes
Ig: @vanessaantuns